terça-feira, 27 de março de 2012

NÃO COMI, NÃO REZEI, MAS ME AMEI (Considerações do livro que tem sido meu reflexo)


Como sou péssima para me lembrar das coisas, resolvi  descrever aqui algumas das sensações que tive ao ler NÃO COMI, NÃO REZEI , MAS ME AMEI de Gisela Rao.
Nem me lembro das páginas direito, mas cada parte deste livro reflete tanto o que fui o que sofri a transição terrível que foi o término do meu último namoro e cada um dos movimentos muitas vezes lentos que fiz até me levantar. Foi estranho constatar aquilo que eu mesma por ser um ser altamente pensante e sensato até mesmo na dor, que o relacionamento vampiro que tive durante 4 anos não me sugou sozinho. Só fez por que eu no alto da boa intenção ofereci meu pescocinho por uma mísera troca de amor e de segurança. Amor por que era algo que eu precisava por não ter por mim mesma, e segurança pela triste realidade de achar que mesmo infeliz eu precisava de alguém do meu lado (indiferente, frio, banal e monótono) para me sentir um ser humano completo. Penso nisso e me dá até um pouco de vergonha, mas repenso e concluo que se hoje percebo isso é por que consegui a dádiva maior do ser humano que é aprender com os erros e evoluir transformando-se. Se quiser ser perfeito: Erre! Se quiser ser você: mude!
Outras coisas tenho aprendido com esse livro, e pior, identificado em mim: sempre fui uma pessoa extremamente sistemática, presa a conceitos e a caminhos únicos. Ou seja, namorado pra mim tem que ter padrão de altura, padrão de beleza, tem que ter aparência (note que tudo ligado à forma, à estética) e embora eu fosse uma exímia divulgadora do amor sem olhar aparência tudo isso era mentira. O pior: ainda dentro dos padrões, e esse que vou relatar era mais intrínseco, o namorado para mim tinha que ser maleável, a sua personalidade teria de ter potencial para ser moldada por mim (subconscientemente falando – claro que eu não sou maléfica assim) e isso ocorria pela minha própria insegurança. Acontece que no começo tudo são rosas e o tal “cabra” aceita ser moldado por que me quer,  por que ainda não fui conquistada e por ainda sou para ele um troféu. Quando tudo isso passava, e a presa (eu), ficava  tão a mão quanto um pássaro de gaiola que não sabe voar e o já bonitão (por que a esta altura já foram transformados  pela personal stylist aqui) caia fora , sayonara...
Os padrões que nunca levei em consideração foram o que realmente me interessam. Ou seja, alguém que tivesse a  ALMA como a minha. Alguém que já interiormente, intelectualmente me desafiasse e me fizesse pensar, alguém com quem eu pudesse trocar simplesmente, não somente doar, me entregar.
Posso estar errada, é infelizmente quando a gente sofre fica meio desconfiada de tudo, mas, pela primeira vez encontrei uma pessoa não totalmente fora dos padrões por ser um homem bonito, mas acima de tudo alguém por quem pelos meus medos anteriores eu nem tentaria conhecer, mas acima de tudo alguém que é tão louco como eu em alguns gostos, que me desafia intelectualmente (e quase sempre ganha: rsrs esquece essa parte), alguém que não é “HOMEM SOFÁ” e que topa fazer os programas de índio que eu sempre quis fazer no alto dos meus 20 e 11 anos e nunca consegui por que me sentia sozinha demais para fazer isso, mesmo quando não estava. E nós somos sofisticados e bichos grilos e bem informados e bobos e é isso que tem deixado minha vida tão feliz ultimamente. E talvez por isso, o que eu consideraria impensável pela minha rigidez de padrões (mesmo querendo ainda que a situação mude de figura) e mesmo esse relacionamento seja tão leve e despretensioso e por não ter interferências penso que é a melhor forma de começar. É o romance que pra mim tem tudo pra dar certo. Só termos que evoluir como seres capitalistas (vivemos neste mundo, o conforto e alguns prazeres custam din din, mas na maioria das vezes deixando de gastar com bobagem já ajuda rs), mas acima de tudo como pessoas que aceitaram que estavam sofrendo e se atreveram a sair de um relacionamento tóxico e sufocante para ter coragem de tentar e ser feliz. Como diz Gisela Rao: “para o alto e avante!”

Por Larissa Maria Alves dos Santos em 27-03

Um comentário:

  1. Não apago por que foi um retrato do momento, o momento que passou e como todos me trouxe um aprendizado... :)

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